The Myrrors



Pouco se sabe ou se encontra sobre os Yspelhos (trocadilho irresistível e idiota, como de costume) pelas dimensões infindáveis da internet, mas o que encontrei já foi suficiente para que a banda figurasse incessantemente no meu mp3 e na minha tracklist. Não sei sobre suas origens e nem muitos detalhes sobre seu percurso; só sei que o quarteto que dá carne a banda vem de Phoenix, Arizona, USA, e que lançaram um único full-length em 2008 e cessaram atividades no final de 2009, infelizmente.

Mas vamos ao que realmente importa: sobre a música dos rapazes, temos aqui um representante legítimo do legado deixado pelo Stoner/Proto-Doom Metal do Black Sabbath, pelo Psychedelic do Pink Floyd (Syd Barrett era, especialmente), do Kraut-Rock, da cena do Palm Desert, e do legado constrúido em sólido firmamente por bandas contemporâneas do chamado Neo-Psychedelia, tipo Black Angels, Asteroid #4, Morning After Girls. Os rapazes se enveredam por jams que levam facilmente o ouvinte, ora a redes cósmicas jamais tocadas e sonhadas por nenhum humano, ora as paisagens desoladas e incandescentes do deserto do sudoeste estadunidense, ora a mundos arcanos e esotéricos recortados diretamente das obras do Jodorowski. Tudo preparado com os melhores codimentos alucinógenos que existem na neurologia e farmácia atuais, claro. Para melhor visualização e degustação, basta conferirem logo de cara a faixa Warpainting, um dos pontos altos do álbum, e saberão do que estou falando agora...

Bem... não resta nada mais a dizer, né? Aproveitem!


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[2008] Burning Circles In The Sky

01 - The Mind's Eye
02 - Plateau Skull
03 - Burning Circles In The Sky
04 - Warpaintings
05 - Mother Of All Living


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Les Discrets




Les Discrets é um projeto oriundo da França, criado pelo artista gráfico Fursy Teyssier como a faceta musical de sua expressão artística. Além de ter sido membro do já finado Amesoeurs, ele também é responsável pela arte gráfico da banda Alcest, postada ontem mesmo por aqui, assim como nomes interessantes como o próprio Amesoeurs, Agalloch, The American Dollar e outros projetos que divagam entre a linha do Metal, Post-Rock e Shoegaze.

Já sobre o trabalho musical em si do Les Discrets, pode-se perceber influências das bandas que ele trabalha, ou já trabalhou. Tendo a sua primeira demo lançada em 2007, homonimamente, desde já percebe-se um Post-Rock com nuances de Shoegaze e Black Metal realizado com desenvoltura, apesar de abafada um pouco pela qualidade modesta da produção. Mesmo assim, já ficava para cada um a dica de uma banda promissora a ser checada num futuro bem próximo, pois talento apresentava de sobra. E eis que o prelúdio desse dia chegou no final de 2009, com o split lançado com seu miguxo do Alcest, na qual apresentavam duas músicas novas (brilhantes, devo dizer) e mais uma canção dessa demo. Mas não foi até esta semana que o seu primeiro álbum veio à mostra, sob o nome de Septembre Et Ses Dernières Pensées, refletindo toda a qualidade prometida desta aquela época.

A linha sonora é bem similar, mesmo, a do Alcest. Timbres BM fundem-se e condensam-se a uma estrutura Post-Rocker muito bem temperada com Shoegaze, onde sua temática voltada à natureza e temas árcades nutrem uma certa sensação melancólica, talvez nostálgica, em cada um que tem a chance de desfrutar de seu trabalho. Apesar da resenha aqui parecer bastante com a que escrevi ontem mesmo sobre o Alcest, devo salientar que não se trata, de modo nenhum, de um copycat. Les Discrets possui uma identidade própria bem evidente, apesar de se situar no mesmo nicho da outra banda. Como diferencial, vejo (ou melhor, escuto) canções um tanto mais serenas e fleumáticas, apresentando mais uma contemplação a natureza e antigas emoções do que senti-las em seu pleno ardor, deixando um sabor mais neutro e menos doce do que o Alcest, eu diria.

Acho que, com esses três parágrafos, já é possível ter uma boa noção do que se trata esse post aqui. As bandas prometeram lançar seus trabalhos em conjunto, logo, nada mais natural do que termos esta postagem aqui logo após a do Alcest. Como sempre, espero que apreciem-o bem. 'Til next time, guys.

//Edit: Novo álbum do Les Discrets fresquinho para vocês, galere. Tá magnífico e sublime, mantendo a verve do primeiro trabalho: Post-rock sob camadas de Shoegaze recheadas de uma grande nostalgia bucólica que poucos conseguem evocar com tanta riqueza e completude. Já nasce como um dos grandes lançamentos de 2012, que, aliás, começou muitíssimo bem. E, somente minha opinião, este CD ficou ainda melhor do que o Alcest novo. Apreciem!


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[2012] Ariettes Oubliees...

CD1:
01 – Linceul d’Hiver
02 – La Traversee
03 – Le Mouvement Perpetuel
04 – Ariettes Oubliees I Je Devine a Travers Un Murmure…
05 – La Nuit Muette
06 – Au Creux de l’Hiver
07 – Après L’ombre
08 – Les Regrets

CD2:
01 – Le Souffle Froid
02 – Ariettes Oubliees II Il Pleure Dans Mon Coeur…
03 – L’Échappée – Acoustic version


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[2010] Septembre Et Sés Dernières Pensées

01 - L'envol Des Corbeaux
02 - L'échappée
03 - Les Feuilles De L'olivier
04 - Song For Mountains
05 - Sur Les Quais
06 - Effet De Nuit
07 - Septembre Et Ses Dernières Pensées
08 - Chanson D'automne
09 - Svipdagr & Freyja
10 - Une Matinée D'hiver


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The Soft Moon




Projeto desenvolvido e nutrido pelo seu único criador, um norte-americano da California que atende por Luiz Vasquez (ou seja, deduz-se aí que o rapaz possui sangue latino), temos aqui talvez um dos melhores nomes do Post-punk contemporâneo e com boas sobras. Valendo lembrar antes de qualquer coisa: por Post-punk não adicionem o "revival", ou seja, não há quase semelhança alguma do TSM com gente a la Interpol e Bloc Party. Nada contra eles, mas o projeto aqui encontra-se num nível totalmente diferente. Já explico o por quê.

Primeiro, a lua macia vai além dos contornos comuns do gênero. Além do já citado Post-punk, percebemos facilmente muita coisa extraída mais diretamente do Coldwave francês, o que torna seus reinos sônicos ainda mais gélidos e soturnos. Segundo, não tem medo de experimentar e flertar com domínios eletrônicos em vários momentos, onde estes são orquestrados com extrema habilidade e ajudam ainda mais a aclimatar o ouvinte em seu microcosmo sonoro. Terceiro: muitos ecos (literalmente!) de Shoegaze e Dream Pop se fazem marcantes também, conferindo novas texturas e maior densidade a sua música, com isso aumentando aquele senso "otherworldy" na mente do ouvinte que já se encontra atordoado no momento. E, por que não, pitadinhas de Krautrock aqui e acolá? Faz bem, não? Taí o quarto item.

Em suma, trata-se de uma das melhores OST de um mundo pós-apocalíptico e absurdamente desolado, comandado por criaturas surreais e fantásmicas. Deixo aqui o trabalho mais recente, o EP Total Decay. Tem pouco mais de 20 minutos, somente, mas justamente essa urgência e incompletude captura a quintessência da "banda": vazio e desolação de sabores oníricos. Recomendo e muito para fãs de Asylum Party, Killing Joke, Sisters of Mercy, A Place To Bury Strangers, Zola Jesus, Vinyl Williams, Menace Ruine.

Enjoy!


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[2011] Total Decay

01 - Repetition
02 - Alive
03 - Total Decay
04 - Visions


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A Place to Bury Strangers



A Place To Bury Strangers, ou simplesmente APtBS, é um trio originário de NYC cujas atividades se iniciaram no ano de 2003 e que já leva dois full-lengths e um punhado de boas críticas, uma tour pela Europa e UK e um público bem razoável na sua bagagem, sendo o mais novo deles o que deixarei aqui, batizado docemente de Exploding Head.

Não é difícil ver porque a banda já conseguiu tal status em não muito tempo. Tendo em sua formação Oliver Ackermann, membro do Skywave (uma banda razoavelmente cult do período pós-MBV e Slowdive), APtBS segue uma veia sônica similar embora ainda mais refinada de sua predecessora: Shoegaze arquitetado com camadas e mais camadas noisy e droners que encobrem, lá no fundo, uma melodia pegajosa e agradável, por vezes melancólica, lembrando (e bastante) um dos percussores do estilo em que eles mesmos se calcaram, o Jesus & Mary Chain, mais precisamente em sua fase mais áurea. Além disso, pode-se perceber vários elementos de Space rock, psicodelia e post-punk a la The Cure em começo de carreira devidamente fundidos e condensados em seu universo musical, conferindo um gosto ainda mais refinado a seus trabalhos.

Apesar de só ter tido chance de ouvi-lo ontem, já digo que acho um dos melhores (senão o melhor) álbum de shoegaze de 2009. Me surpreendeu bastante e muito positivamente, pois o que eu lia sobre a banda não me fazia pensar em algo diferente de mais uma banda indie pseudocult hypada pela mídia "alternativa e open-minded". Felizmente, queimei a língua e fiquei feliz por tê-la deixado em brasas.

Talvez esta seja a última postagem do exhalethesound no ano de 2009, então... deixo aqui meus desejos antecipados de feliz 2010 a todos que passarem por aqui desde já! E claro, desfrutem bem do link logo abaixo. ;)

//Ressucitando o post aqui para divulgar o novo trabalho dos nova-iorquinos, o EP chamado Onwards To The Wall. Coisa finíssima, um verdadeiro ataque sônico, insano, de microfonia incandescente a conduzir melodias über-soturnas que parecem diretamente extraídas dos primeiros trabalhos do The Cure, do Joy Division e, obviamente, do clássico Psychocandy (JAMC). IMO, é uma das top 3 bandas de Shoegaze contemporâneas, pelo menos.

Enjoy it!



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[2012] Onward To The Wall

01 - I Lost You
02 - So Far Away
03 - Onward To The Wall
04 - It'll Be Alright
05 - Drill It Up

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[2009] Exploding Head

01 - It Is Nothing
02 - In Your Heart
03 - Lost Feeling
04 - Deadbeat
05 - Keeping Slipping Away
06 - Egodeath
07 - Smile When You Smile
08 - Everything Always Goes Wrong
09 - Exploding Head
10 - I Lived My Life To Stand In The Shadows Of Your Heart


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Crippled Black Phoenix




Formado inicialmente em 2004 quando o baterista Justin Greaves (Electric Wizard, Teeth Of Lions Rule The Divine, Iron Monkey e curto período no Borknagar) gravou de forma precária o que tinha em mente já há muito tempo com a ajuda de seu amigo Dominic Aitchison (Mogwai). As idéias que destoavam de qualquer coisa que Greaves já teria feito em seus outros trabalhos, juntamente com a experiência dentro do post-rock de Dominic formaram a essência do CBP. A dupla acabou se unindo com alguns outros artistas, dentre eles nomes de grandes bandas como Kostas Panagiotou e Andy Semmens (ambos Panthiest), Nial McGaughey (3D House of Beef) e o songwriter solo folk Joe Volk (também Gonga). A variação de estilos, habilidades e influências dos membros da banda é o que destaca o CBP das outras bandas de post-rock. Além disso, essa mistura de diferentes vertentes musicais também é refletida nas letras das músicas que a banda chama por "Endtime Ballads".

Em 2006 é iniciada a gravação do debut album em Bristol no Invada Records (Portishead’s Geoff Barrow). O resultado foi uma coleção de "endtime ballads" em A Love Of Shared Disasters. Esse é o primeiro trabalho de uma trilogia, que conta histórias trágicas da literatura combinadas com histórias pessoais dos membros de amores, perdas e redenção. O que eu posso sentir claramente quando ouço o CBP - e isso raramente acontece - é o que a psicanálise freudiana chama por catarse; a constante lembrança ou reprodução proposital de conflitos e experiências traumáticas ou ainda na literatura, a forma de purificar sentimentos reprimidos deixando pra tras o fracasso e a dor.

O CBP acabou sendo rotulado como "Stoner-Prog" passando pelo "Freak-Folk" e até mesmo o "Doom". Usando uma mistura de equipamentos modernos e da era Victoriana, a banda produz um som único e cativante, que soa moderno e arcáico ao mesmo tempo. A Resurrectionists/Night Raider foi lançado como box duplo contendo as canções de 200 Tons of Bad Luck, juntamente com um uma variedade de bonus.

/Editando o post da nossa querida Cibele, trago para vocês o novo cd de uma das bandas mais sensacionais de todos os tempos. [by:pedro]

//Editando o post de nosso querido Pedro para trazer o mais novo trabalho do fênix negro aleijado. Sob o nome de (Makind) The Crafty Ape, temos aqui o que creio ser um dos melhores álbuns da banda, trazendo-nos uma diversidade sonora ainda mais rica e criatividade cravada na estratosfera, flertando com domínios intrincados do Rock Progressivo mais do que nunca. Divido em 3 capítulos ao longo de dois CDs, já nasce como candidato a melhor álbum de 2012.

Enjoy!

[edit by: Carlos]


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[2012] (Mankind) The Crafty Ape

Disc 1:

Chapter I - A Thread:
01 - Nothing (We Are-)
02 - The Heart Of Every Country
03 - Get Down And Live With It
04 - A Letter Concerning Dogheads
05 - The Brain / Poznan

Chapter II - The Trap:
06 - Laying Traps
07 - Born In A Hurricane
08 - Release The Clowns
09 - (What?)

Disc 2:

Chapter III - The Blues Of Man
01 - A Suggestion (Not A Very Nice One)
02 - (Dig, Bury, Deny)
03 - Operation Mincemeat
04 - We Will Never Get Out This World Alive Faced With Complete Failure, Utter Defiance Is The Only Response

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[purchase] (will be released on February 7th)


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[2010] I, Vigilante

01 - Troublemaker
02 - We Forgotten Who We Are
03 - Fantastic Justice
04 - Bastogne Blues
05 - Of A Lifetime
06 - Burning Bridges (Hidden Track)

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[2009] Tons of Bad Luck

01 - Burnt Reynolds
02 - Rise Up and Fight
03 - Time of Ye Life/Born for Nothing/Paranoid Arm of Narcoleptic Empire
04 - Wendigo
05 - Littlestep
06 - Crossing the Bar
07 - Whissendine
08 - A Real Bronx Cheer
09 - 444
10 - A Hymn for a Lost Soul
11 - A Lack of Common Sense
12 - I Am Free Today I Perished

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[2009] The Resurrectionists

01 - Burnt Reynolds
02 - Rise up and Fight
03 - Whissendine
04 - Crossing the Bar
05 - 200 Tons of Bad Luck
06 - Please do not Stay Here
07 - Song For the Loved
08 - A Hymn For a Lost Soul
09 - 444
10 - Little Step
11 - Human Nature Dictates the Downfall of Humans

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[2009] Night Raiders

01 - Time of ye Life/Born for Nothing/Paranoid Arm if Narcoleptic Empire
02 - Wendigo
03 - Bat Stack
04 - Along Where the Wind Blows
05 - Onward Ever Downwards
06 - A Lack of Ccommon Sense
07 - Trust no One
08 - I am Free, Today I Perished

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[2006] A Love Of Shared Disasters

01 - The Lament of the Nithered Mercenary
02 - Really, How'd It Get This Way?
03 - The Whistler
04 - Suppose I Told The Truth
05 - When You're Gone
06 - Long Cold Summer
07 - Goodnight, Europe
08 - You Take the Devil Out of Me
09 - The Northern Cobbler
10 - My Enemies I Fear Not But, Protect Me from My Friends
11 - I'm Almost Home
12 - Sharks & Storms / Blizzard of Horned Cats

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ps: I intend to re-upload the broken links soon.

Comunicado

[portuguese]
Estou usando um servidor diferente agora para hospedar os arquivos, um servidor brasileiro chamado sharex. [http://sharex.xpg.com.br/]. Não sei se ele é realmente bom, mas pelo menos não tem tido problemas com o FBI até agora. Se tiverem problemas fazendo download com eles, ou os downloads forem muito lentos, só falarem, que eu procuro outro servidor.

Carlos.


[english]
I'm using a different server now in order to host the files, a brazilian one called sharex. [http://sharex.xpg.com.br/]. I don't know if it's really good, but at least it's not been bothered by the FBI stuff until now. If you have problems to download with it or the downloads are too slow, just tell me, I'll search for another host.

Carlos.

Vinyl Williams





Fruto da mente criativa de Lionel Williams, um californiano nascido em Março de 1990, temos o Vinyl Williams, que, posso dizer com segurança, foi uma das descobertas musicais mais felizes que fiz nos últimos meses sem qualquer gota de dúvida. Não sei bem sobre a história do projeto em si, mas percebo que a maioria das músicas parecem vir de 2010 e 2011, tendo dois full-lengths lançados até o momento, Naked Sanctuary, o mais antigo, e Lemniscate o mais recente. Serão estes que eu postarei logo abaixo, neste espaço, incrementados de algumas músicas "unreleased" em cada um deles.

Sua arte sonora, como muitos das bandas e projetos que deixo por aqui, é bem difícil de categorizar. Algo que não gosto muito de fazer, devo admitir, mas procuro realizar mesmo assim em prol de uma melhor compreensão do que se trata o trabalho do povo. Aqui, temos um belíssimo Shoegaze, doce e etéreo como convem, vestido com os melhores tecidos Krautrock feitos em muito tempo. Todas as músicas evocam uma aura mística exuberante e transcendente, evocando espíritos e espectros vagantes a muito adormecidos, ou simplesmente viagens siderais sem caminho de volta por galáxias desconhecidas e recantos obscuros da imensidão cósmica, algo que era realizado com maestria suprema por gente que atendia por Can, Popol Vuh e Neu! a um bom número de décadas atrás. Esta curiosa alquimia que rendeu a curiosa tag de "Shoegroove", ou "Spacebeat", como dito no last.fm.

Pois bem, a parte de rótulos e yadda yadda, temos aqui dois digníssimos trabalhos que, no mínimo, colocam o VW (não confundir com Volkswagen, kids) no patamas de bandas extremamente promissoras e "to check out in the near future". São gente como o Lionel que me faz perceber que a criatividade musical não arrefeceu-se de vez no limbo de gente derivativa e vazia que polui o mundo a fora. Recomendado ao extremo para quem gosta da galera tipo Have a Nice Life & cia. (Afterlife, Giles Corey), Menace Ruine, e Shoegaze como um todo...

Degustem!

ps: O rapaz mentor do projeto ainda faz pinturas, e muito bem, obrigado. A quem interessar, aqui.


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[2011] Lemniscate

01 - Tokyo -> Sumatra
02 - Higher Worlds
03 - Stellarscope
04 - Who Are You?
05 - Grassy
06 - Objects of the Source
07 - Inner Space
08 - Open Your Mind
09 - Follow In Your Dreams

Unreleased:
?? - Haunted!
?? - SpiritualT Visions BayB


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[2010] Naked Sanctuary

01 - 100
02 - Freshly Picked Diamonds
03 - Zeal Biotics
04 - Spiral Galaxy
05 - Psychic Shine

Unreleased:

?? - Emporium
?? - Gold
?? - Ooh Aah
?? - The Inner Kingdom


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Kayo Dot




Kayo Dot é uma banda multinacional, formada em 2003 por Toby Driver pelas cinzas de um grupo memorável chamado maudlin of the well. Disse multinacional pela diversidade étnica dos integrantes da banda, tendo americanos, europeus, asiáticos e afro-americanos em sua formação.

Mas essa diversidade não se reflete somente na origem étnica dos integrantes do conjunto, mas também em sua sonoridade. Ela abrange uma gama muito rica de subgêneros, atmosferas e estruturas em sua composição, que vão desde a música erudita do século XX à la Stravinsky e Penderecki a grupos de Post-Metal/Sludge como Neurosis e Godflesh, passando ainda por Sigur Rós, Pink Floyd, Radiohead e pinturas impressionistas (!), regada ainda a toques de psicodelia e jazz, que assim formam os ingredientes necessários para a sua alquimia sonora densa e hermética, ainda que envolvente, do Kayo Dot.

Choirs Of The Eye é o primeiro álbum da banda, e na minha opinião é o melhor lançado até agora, ainda que os outros só fiquem atrás dele no quesito qualidade por centésimos de segundo, ou talvez menos. Imagino que não seja um álbum tão acessível e assimilável para todos, mas eu asseguro que vale muito a pena ouvi-lo, mesmo que seja por mera curiosidade. Enjoy it. ;)


//Quase dois anos depois, deixo-lhes aqui o novo trabalho da banda, batizado simplesmente de Coyote. Dessa vez, parece que os rapazes ouviram um bocado de Univers Zero, Art Zoyd e toda aquela galerë Prog/Psychedelic/Kraut-Rock/whatever dos anos 70, pois é notável o distanciamento de sua verve Post-Rock dos trabalhos anteriores em prol de um aprofundamento nessa outra, que já se fazia presente desde os tempos do maudlin, deve-se dizer. Apesar de achar que este seria um álbum ainda melhor se fosse puramente instrumental (o vocal parece um pouco deslocado em alguns momentos - e o instrumental ficou simplesmente genial em várias passagens ao longo do álbum), é ainda um trabalho excelente, senão o melhor desde o debut Choirs of the eye.

Bom, chega de enrolar. Sirvam-se a vontade, and enjoy it well! ;)

//update: Novo trabalho do Kayo Dot chegando na área. Apesar da capa, digamos, desprovida de qualquer arte maior, sua música continua exuberante e extremamente rica, passeando por mundos psicodélicos e quiméricos com incrível destreza e desenvoltura. Aqui, temos músicas um pouco mais cruas, digamos, e que evocam as harmonias mais agressivas e rústicas, roçando os domínios do Metal extremo, que ajudaram a caracterizar o som da banda-mãe, o maudlin of the Well. Se isso é algo positivo ou não, bom, é a gosto de vocês. Eu achei curioso e inesperado da forma mais saudável possível.

Aproveitem-no!


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[2011] Gamma Knife

01 - Lethe
02 - Rite of Goetic Evocation
03 - Mirror Water, Lightning Night
04 - Ocellated God
05 - Gamma Knife


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[2010] Coyote

01 - Calonyction Girl
02 - Whisper Ineffable
03 - Abyss Hinge 1: Sleeping Birds Sighing In Roscolux
04 - Abyss Hinge 2: The Shrinking Armature
05 - Cartogram Out Of Phase


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[2003] Choirs Of The Eye

01 - Marathon
02 - A Pitch Of Summer
03 - The Manifold Curiosity
04 - Wayfarer
05 - The Antique

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Junius




Quase sempre os Estados Unidos me surpreende com bandas de qualidade , visto por exemplo os todo poderosos Agalloch e Neurosis e Isis (atendendo a calorosos pedidos ;p) . E eis que em 2006 eu conheço outra pérola oriunda dos EUA, o Junius. Desde a primeira audição do Blood is Bright (primeiro full-lenght da banda) eu fiquei impressionado com tamanha qualidade encontrada nesse cd.
Desde então sempre acompanho o trabalho da banda, e quando fiquei sabendo do novo lançamento, The Martrydom of a Catastrophist, sempre que era possível dava uma garimpada na internet atrás do mesmo. E agora que achei, venho dividir com todos os nossos amigos do blog, mais uma obra de arte composta por estes rapazes, que com toda certeza ganhou um lugarzinho especial nos melhores de 2009.

Classificar a banda dentro de um gênero é uma tarefa muito difícil, visto que a banda aderiu várias caracteristicas de outros estilos e moldou tudo dando origem a uma sonoridade única e própria. É notável a influência fortissíma do post-punk do Joy Division e do The Cure, e do post-rock mais épico de bandas como Explosions in the Sky e Godspeed You! Black Emperor e até mesmo do progressive-rock de um Oceansize ou dredg.
Desde então a banda é vista pela crítica especializada como um dos grandes nomes do rock/metal atual, capaz de inovar sem soar clichê e cansativo, e alvo de criticas super positivas, como por exemplo a da revista Disclosure Magazine que declarou sobre a banda: "one of the most engaging Dark Rock albums to come out since Joy Division last graced a stage."

The Martrydom of a Catastrophist é um álbum conceitual, inspirado na vida e nas teorias do polêmico/controverso escritor russo, Immanuel Velikovsky. Citações reais a partir de entrevistas e palestras são intercaladas entre as músicas, dando um sentido de narrativa para o processo. O álbum foi gravado por Kevin Mills e Syrowski Tom (Weezer, AFI) e masterizado por Dave Collins (Danny Elfman, Black Sabbath).

Como eu disse ali em cima, definir o que os ouvintes irão encontrar aqui é uma tarefa complicada, então o melhor a ser feito é cada um tirar suas próprias conclusões. Mas já adianto que as chances de arrependimento beira os 0%. Registro excencial na coleção de qualquer pessoa.

"This darkly lush epic is the best soundtrack for reveling in the melancholy of actually living since My Bloody Valentine's Loveless." - Alternative Press

"This fiery Boston quartet displays the potential to emerge as the bridge between post-grunge and the future of alternative rock." - Amplifier Magazine

"Breathtaking atmospherics and dark sensibilities deserved of being likened to The Cure's Disintegration... With high energy emanating out of a pensive sound, Junius punctures each track with unshakable singularity until it turns into something addictive and encompassing." - Exclaim! Magazine

//Update: Ressucitando o tópico para deixar aqui o novíssimo trabalho dos barbudos, intitulado Reports From The Threshold Of Death. Distanciando-se um pouco das texturas shoegazers de outrora, o direcionamento agora segue uma linha mais Deftones-like, algo percebido com mais força pelas linhas adotadas por Joseph Martinez. Não só o vocal, mas muitas linhas sônicas das músicas evocam o quarteto liderado pelo Chino Moreno, de fato. Tudo aqui soa catártico, dream-like e assombroso, cujas letras novamente contam uma historinha bacana, resumida como "a jornada da alma no pós-morte".

Desde antes da primeira ouvida, pensei: é um dos melhores CDs de 2011. Não tinha como errar, né?

Sem mais, aproveitem-no!


update by: Carlos.


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[2011] Reports From The Threshold Of Death

01. Betray The Grave
02. All Shall Float
03. Dance On Blood
04. A Universe Without Stars
05. Haunts For Love
06. The Meeting of Pasts
07. (Spirit Guidance)
08. A Reflection On Fire
09. Transcend The Ghost
10. Eidolon & Perispirit


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[2009] The Martyrdom of a Catastrophist

01 - Birth Rites By Torchlight
02 - The Antediluvian Fire
03 - (turning to the spirits of the hours...)
04 - A Dramatist Plays Catastrophist
05 - Ten Year Librarian
06 - Stargazers And Gravediggers
07 - (...he fell before her)
08 - Elisheva, I Love You
09 - Letters From Saint Angelica
10 - The Mourning Eulogy


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[2007] Junius

01 - [Elan Vitale]
02 - Hiding Knives
03 - From The Isle Of The Blessed
04 - [Elan Fatale]
05 - Forcing Out The Silence
06 - [The Annunciation]
07 - Blood Is Bright
08 - A Word Could Kill Her
09 - In The Hearts Of Titans
10 - At The Age Of Decay


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Alcest




Alcest, nome de uma personagem mitológica da Grécia, é a filha de de Pélias cuja mão em casamento é prometida para quem for de encontro a ela num carro puxado com leões e javalis, tarefa realizada por Adento que, logo após a tarefa, acaba adoecendo. Para salvá-lo, alguém precisa ser sacrificado em seu lugar, missão que Alceste se incubiu de fazer. Quando as forças de Adento foram se recuperando, as de Alceste diminuíam cada vez mais, até quase seu encontro fatal com a Morte que, no entanto, não veio a acontecer devidoà intervenção de Hércules. Assim, Alceste pode se recuperar junto de Adento e ambos viveram casados.

Historinha bonita, não? Pois este mesmo nome batiza uma das bandas (one-man band, na verdade) que talvez seja a mais influente e eclética dentro do universo do Black Metal no fim da década de 00's. Sua fundação data do ano de 1999, pelas mãos de Neige, que já foi (ou ainda é) integrante de bandas importantes do BM francês tais quais Peste Noire, Mortifera, Valfunde, Amesoeurs, além de nomes de outros países como Lantlôs e Forgotten Woods, na qual até 2002/2003 tinha a colaboração de Famine e Argoth, pessoas também importantes na tal cena.

Tendo lançado sua primeira demo ainda em 2001, chamada Tristesse Hivernale, apresentando ainda um Black Metal bastante cru, ríspido e gélido, bem ao estilo das outras bandas da região, o Alcest no entanto parece ter tomado outros caminhos desde então, começando a absorver influências sonoras diversas e incomuns ao gênero, a ponto de tornar sua música mais acessível sem no entanto perder a quintessência que marca a ferro e fogo a roupagem do Black Metal. Já desenvolvendo esta linha, saiu o EP Le Secret, em 2005, contendo duas músicas, sendo uma delas um poema musicado de Charles Baudelaire, chamado Elévation.

Desde esse EP, já pode-se perceber ecos do que o Alcest viria a lapidar num futuro próximo. Influências de Post-Rock e Shoegaze, antes totalmente dissociados do BM, ressoavam aqui e acolá durante o EP, trazendo um feeling com sabor nostálgico e docemente melancólico as músicas, abrandando um pouco a crueza comum do gênero mas, como disse, mantendo ainda todos os elementos dignos de fazer a felicidade de todo fã dele. Dois anos depois, veio ao mundo um álbum que, na minha opinião (e destaco isso em negrito, itálico e letras vermelhas, para que fique bem claro), mais revolucionou o universo BM nessa década que findou há pouco, o Souvenirs D'un Autre Monde. Nele, a fusão de Black Metal, Post-Rock e Shoegaze atinge sua evolução completa, tecendo um álbum recheado de melancolia nostálgica e árcade, que evoca uma espécie de sensação no ouvinte que o faz remeter a tempos distantes e remotos, onde as coisas pareciam mais fáceis e a vida mais agradável, crescendo assim uma tristeza serena e confortante em seu âmago.

Depois de ter se envolvido em toda a confusão da banda "prima" do Alcest, o Amesoeurs, que levou ao fim da mesma, desde 2009 o Neige começou a traçar o que viria a se tornar, hoje, o segundo full-length do Alcest, vindo sob o nome de Écailles De Lune (Escalas da Lua, em português). Fãs, admiradores e amantes do Souvenirs ficarão felizes com este trabalho, pois nele se faz presente todos os elementos que marcaram e tornaram-lhe um dos álbuns mais geniais dos últimos anos. Talvez a maior diferença aqui, no Écailles, seja uma tonalidade mais voltada ao Black Metal do que no Souvenirs, além de músicas mais longas e com certa influência progressiva, especialmente nas duas primeiras. Se ele é um álbum que vai romper barreiras e paradigmas e, além disso, vai superar a qualidade e importância do antecessor, só o curso do tempo dirá. A minha primeira impressão, ainda bem crua, é de que se trata, sim, de um álbum primoroso, fortíssimo candidato desde já ao melhor álbum de 2010, mas que não conseguiu cumprir a missão de igualar o nível de qualidade do anterior. Talvez isso torne este CD menos atraente aos olhos dos fãs mais ardorosos da banda, mas isto seria um gravíssimo erro, em minha sincera opinião. Digo-lhes, escutem este CD como se fosse a primeira vez que escutam algo do Alcest e deliciem-se, pois uma pérola sônica assim é difícil de se ver por aí, a qualquer hora.

Well, that's all folks, enjoy it!

//Emergindo o tópico para deixar aqui o novíssimo trabalho da banda (?). Batizado de Les Voyages De L'Âme, continuamos aqui a desfrutar das belíssimas paisagens sônicas do nosso querido amigo Neige, recheadas de um bucolismo nostálgico revigorante. De distinto, noto alguns tons mais claros emanados das 8 canções que compõe o álbum, carregados de sentimentos mais positivos (menos negativos, vamos dizer assim...), mostrando que existem sim, dias de sol nas pastagens desoladas da Alceste. Para começar bem 2012, não há coisa melhor.

Enjoy!


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[2012] Les Voyages De L'Âme

01. Autre Temps (Album Version)
02. Là Où Naissent Les Couleurs Nouvelles
03. Les Voyages De L'Âme
04. Nous Sommes L'Emeraude
05. Beings Of Light
06. Faiseurs De Mondes
07. Havens
08. Summer's Glory


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[2010] Écailles De Lune

01 - Écailles De Lune (Pt. 1)
02 - Écailles De Lune (Pt. 2)
03 - Percées De Lumière
04 - Abysses
05 - Solar Song
06 - Sur L'Océan Couleur de Fer

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Asteroid #4



Asteroid #4 não se trata apenas do asteroide mais brilhante do nosso sistema solar (Vesta), mas também de uma bela banda estadunidense que vem rodando meus players e meus headphones nos últimos três meses. Poucas informações históricas existem por aí sobre eles (me custou uns 15 minutos para saber que são da Philadelphia), e sua primeira aparição para o mundo ocorreu num tributo ao Spacemen 3, no qual o sexteto coverizou Losing Touch With My Mind com louvor, lá nos idos de 1997. Um ano depois, sai o seu debut album, Introducing The Asteroid No. 4, onde percebe-se que a participação no tributo não foi aleatória; influências do citado Spacemen 3 se fazem latentes, bem como ecos de Jangle Pop, Psychedelic '69, etc.

Sinceramente não ouvi os álbuns que se sucederam do Introducing... até o álbum que vos posto, These Flowers Of Ours: A Treasure Of Witchcraft and Deviltry e poucas informações obtive sobre eles. Mas vi alguns elogios rasgados a evolução da banda justo neste álbum. Sobre o álbum em si, tais elogios não são nada menos do que merecidíssimos, pois os rapazes (e a moça tecladista) alcançaram aqui uma alquimia alucinógena entre os citados Shoegaze, Psychedelic Rock e Jangle Pop com Garage Rock, Folk, Gothic Americana e, por que não, Britpop que encheria o querido Syd Barrett (RIP) de orgulho pelo seu legado. Todas as músicas evocam um sentimento etéreo de paz entermeado por paisagens surreais temperadas com o doce sabor de verde pastoril e tapeçarias de estrelas queimando no céu noturno sem se preocupar em disputar atenção com as luzes de hidrogênio e neônio dos centros urbanos.

Bem, tá dado o recado. Aparentemente, eles estão escrevendo novas músicas, logo, este mesmo post pode emergir muito em breve, quem sabe? Enjoy!


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[2008] These Flowers Of Ours: A Treasure Of Witchcraft and Deviltry

01 - My Love
02 - Let It Go
03 - Hold On
04 - I Look Around
05 - She's All I Need
06 - War
07 - Flowers Of Ours
08 - Hei Nah Lah
09 - She Touched The Sky
10 - All Fall Down
11 - Empty Like A Little Child


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Second Come




Ressucitando o blog depois de tantos meses em stand-by, posto aqui uma das melhores descobertas que eu fiz nos últimos meses. Como já disse antes, não costumo postar muita coisa brazuca neste blog, mais pela ignorância minha acerca das bandas que vem de terras tupiniquins mesmo. Poucas até então haviam me chamado atenção positivamente, ou se encaixariam na proposta que tenho com este espaço virtual aqui, mas ultimamente venho tentando reverter esse quadro e conhecer mais sobre as pedras preciosas que nascem por aqui e que, logicamente, ficam relegadas a obscuridade e ao oblívio devido a falta de incentivo de mídia, público, yadda yadda. Nesse nicho, encontra-se a banda que vos posto, chamada Second Come.

Fundada na virada dos anos 80 para os 90 nas ensolaradas terras cariocas, desde o começo se destacavam das demais bandas brasileiras pela proposta que abraçaram: Rock sujo e direto, infestado de distorção wah-wah e conduzido por riffs fuzzy, com letras em inglês, o que os distanciava muito dos seguidores de Legião Urbana e congêneres. Desde então, batalharam arduamente pelos circuitos undergrounds do RJ, SP e onde mais pudessem jorrar sua barulheira em ouvidos alheios e tirar um troco com isso, mas, como sabemos, a internet na época estava ainda em fase criogênica e a divulgação em larga escala como temos hoje era apenas ficção científica. No entanto, o reconhecimento de seu talento já existia, tanto da parte da mídia nacional quanto dos undergrounders aficcionados e sim, de gente de fora do país também. Não obstante, gente do calibre do Dave Grohl, então baterista do Nirvana, talvez a banda mais aclamada daqueles aeons, lançou elogios rasgados a banda! Gente como Jack Endino, da lendária gravadora Sub Pop, bem como o jornalista Everett True, chamado por muitos do "descobridor" do Grunge, também fizeram críticas mais do que positivas para o SC. Lançadas algumas demos e dois full-lengths, sendo o último deles produzido pelo Dado Villa-Lobos, a banda finda suas atividades por volta de 1994 devido ao desgaste por culpa do grande esforço e pouco reconhecimento de seu esmero. Depois, cada integrante tomou seu rumo pela vida a fora, sendo que o vocalista/guitarrista da banda, Fábio Leopoldino já se encontra falecido desde 2009, vítima de um enfarto. Sei que teve um show de reunião no último Setembro aqui no RJ, porém, só conheci a banda duas semanas depois do tal show, logo, não pude comparecer. Ironias da vida...

Sobre o que interessa mesmo, que é a música, muito já foi dito nas linhas anteriores. Poderiam ser enquadrados tranquilamente ao chamado Grunge e bandas Sub Pop-based, porém, suas influências vão muito além, evocando gente como Jesus and Mary Chain, Sonic Youth, Husker Dü, Ride e, principalmente, Pixies. Se lembrarmos que eles levavam esta vibe já em 1990, antes da febre do Nevermind e da avalanche Grunge Seattlista (e de outros lugares, posteriormente...) por volta de 1-2 anos depois, é algo digno de muito respeito e consideração, afinal, pouquíssimos seres vivos aqui no Brasil deviam saber quem era Kurt Cobain, Layne Stanley e Mark Arm nesses idos. Não duvidaria que, caso os cidadãos do SC fossem nascidos nos EUA ou no UK, alcançariam um status cult no mínimo equivalente ao já citado Ride ou de alguém como o Screaming Trees, porém, em plena América do Sul, e a vinte anos atrás...

Enfim, ficaram os registros da época para podermos desfrutar até os dias de hoje e divulgarmos a quem interessar, como eu faço agora.


[last.fm]



[1994] Superkids, Superdrugs, Supergod and Strangers

01 - High High
02 - Interference
03 - Airhead
04 - Aircraft and Boots
05 - My Cancer
06 - Scrap
07 - Wait
08 - Little Friend
09 - She Could Melt The Sun
10 - Grapes
11 - Looking Smiles
12 - Gas Head
13 - (Astronaut)
14 - Airplane Ticket
15 - Fever Dream Trip
16 - Nur Nur
17 - It's Wrong Wrong
18 - (Buzzing)


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[1993] You

01 - Feel Like I Don't Know What I'm Doing
02 - Ten Fingers
03 - Run, Run
04 - Hurricane Age
05 - 704
06 - Perfidiousness
07 - God And Me
08 - Justify My Love (Madonna Cover)
09 - Sedative Distortion
10 - Shower
11 - You
12 - Shoes
13 - Ega Enacirrrunh


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Comunicado

Bom... começo como? Ah sim, olá a todos. Sem gracinhas agora, vou tentar ser curto e sucinto aqui neste comunicado: desculpas pela escassez latente de postagens neste mês de outubro. Já faz quase 1 mês desde o último post, e ainda assim fui facilitado por já ter o post pronto, só atualizei com o link e tracklist do álbum novo. Sempre tenho ideias para postar aqui, mas ultimamente não tenho conseguido fazer muito mais do que cuidar dos meus estudos.

No entanto eu gosto muito deste espaço aqui e não gostaria, nunca, de ter que sair, e nem o farei. Por isso o comunicado. Vou tentar me empenhar mais nessa questão, prometo.

[update] Sim, não cumpri o que havia dito a dois meses atrás nessa mesma postagem. Como resultado, não postei quase nada de lá para cá, infelizmente. Infelizmente o tempo livre se tornou pedra preciosa por aqui, nessas bandas, e me desatualizei bastante. Mas tentarei, sim, fazer diferente em 2012. [/sessão promessas de ano novo]. Por isso se alguém tiver sugestões de algo bacaninha para postar, fiquem a vontade, o sujeito de frente pro computador que escreve essas palavras agradece!


Em meu nome e do staff do ETS,
Carlos André.

The Black Angels



Da série "bandas cujo nome começam com Black [insira aqui alguma coisa obscura, ocultista e/ou de vibe retrô]", temos aqui mais um exemplar: The Black Angels. Mais uma a fazer companhia anomes tipo Black Mountain (já postado aqui a alguns meses), Black Rebel Motorcycle Club não só em sua alcunha inicial, mas também em sua proposta musical: Rock puro, cru e simples, impulsionado por rotores psicodélicos, bad trips, xamãs de tribos ancestrais e rituais ocultistas. Soa interessante, não?

Desde o nome adotado pelos texanos, retirado de uma música do Velvet Underground, "The Black Angel's Death Song" percebe-se a influência daquela época saudosa (e nebulosa), que situa-se entre os 3 últimos anos da década de 60 e os 4 primeiros dos 70. Além da turma encabeçada por Nico e Lou Reed, percebemos muitos ecos de seus contemporâneos, como The Doors, Stooges, Black Sabbath, Mountain, bem como contemporâneos do próprio TBA, como os citados 'black brothers', sem contar gente do calibre de The Warlocks, Asteroid #4, Dead Meadow, The Blue Angel Lounge, todos dedicados a ressucitar e reverberar aqueles riffs e harmonias de aura lisérgica, elameada e transcendente que rondava o cosmos por volta de 40 anos (terrestres) atrás e nos guiava a domínios insondáveis de caos primordial e paisagens astrais da mais pura demência psicotrópica.

Aproveitando o gancho da apresentação da banda no SWU, no New Stage do dia 14, deixo aqui seus três full-lengths. Os dois primeiros são marcados por um grau maior de experimentalismo, flertando por algumas vezes com o Krautrock e invocando atmosferas pagãs, sob tonalidades que parecem vindas diretamente de um pesadelo provocado por alguma bad trip poderosa, obra de cogumelos sorridentes que dançam nas estrelas e flores ancestrais que escorrem pela terra. Já o terceiro trabalho, Phosphene Dreams, já invoca uma atmosfera um pouco menos enevoada e um pouco mais linear e upbeat, mas sem perder o pique deixado dos trabalhos antecessores. É ainda uma viagem catártica por reinos oníricos e acidamente malignos, porém, não soa tanto como uma "bad" trip. Uma "trip", somente, e das boas.

Degustem-nos!


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[2010] Phosphene Dreams

01 - Bad Vibrations
02 - Hunting At 1300 McKinley
03 - Yellow Elevator #2
04 - Sunday Afternoon
05 - River Of Blood
06 - Entrance Song
07 - Phosphene Dream
08 - True Believers
09 - Telephone
10 - The Sniper


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[2008] Directions To See A Ghost

01 - You On The Run
02 - Doves
03 - Science Killer
04 - Mission District
05 - 18 Years
06 - Deer-Ree-Shee
07 - Never/Ever
08 - Vikings
09 - You In Color
10 - The Return
11 - Snake On The Grass


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[2006] Passover

01 - Young Men Dead
02 - The First Vietnamese War
03 - The Sniper At The Gates Of Heaven
04 - The Prodigal Sun
05 - Black Grease
06 - Manipulation
07 - Empire
08 - Better Off Alone
09 - Bloodhounds On My Trail
10 - Call To Arms


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Lunatic Soul




Lunatic Soul é o projeto solo do Mariusz Duda, vocalista e baixista do Riverside, banda polonesa de Prog rock que vem tendo um grande reconhecimento de mídia e público nos últimos tempos, especialmente com o último álbum Rapid Eye Movement (que ainda pretendo postar aqui, diga-se de passagem :] ). O som do Lunatic Souls difere um pouco do trabalho de sua banda e de outras bandas similares como Indukti e Quidam, devido a onipresença de violão junto com sintetizadores e elementos eletrônicos (!) e influência de música oriental (!!), mas mantendo ainda a atmosfera de sua banda original.

De fato, isso soa estranho e até paradoxal, mas desde as primeiras notas se percebe que essa mistura um tanto inusitada se encaixa perfeitamente e cada momento e expandiu os horizontes sonoros e harmônicos do Riverside a outros níveis, dando um ar mais intimista as músicas e até meio épico, soando às vezes como uma trilha sonora e outras apenas como "música para ir dormir".

Em resumo, é um álbum extremamente bem feito e até original em sua proposta, que nos transmite uma atmosfera relaxante ainda que levemente melancólica e obscura de forma espontânea e impressionante. Bom, ficadica! ;)

//Update: Novo álbum do Lunatic Soul, segue link abaixo. Diria até que é melhor do que o antecessor, simplesmente... foda! Aproveitem, e sem moderação. ;)

//Update 2: Aproximadamente um ano após o nascimento do II, surge o mais novo trabalho. Intitulado Impressions, o que há de se pensar ao ler os primeiros comentários sobre este álbum - o que eu mesmo pensei, por exemplo - é que se trata de um álbum de "sobras". Mas não, não é o caso, crianças. A ideia, segundo palavras do próprio Mariusz, é dar vida a ideias antigas, criadas na época dos dois primeiros álbuns, e que por algum motivo transcendental não vieram a figurar neles. Sua ideia inicial era lançá-las como B-Sides, mas achando que não faria jus a sua qualidade, resolveu simplesmente gravá-las com uma roupagem revitalizada, ou simplesmente criar um novo esqueleto, pele e face a elas. As músicas aqui são todas instrumentais, mas todas deliciosas de se ouvir da primeira a última nota, matendo aquele clima soturno e surreal com pitadinhas de música oriental aqui e acolá que tornaram os dois primeiros CDs tão aclamados e admirados.
Pois bem, enjoy it!


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[2011] Impressions

01 - Impressions I
02 - Impressions II
03 - Impressions III
04 - Impressions IV
05 - Impressions V
06 - Impressions VI
07 - Impressions VII
08 - Impressions VIII
09 - Gravestone Hill (remix)
10 - Summerland (remix)


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[2010] Lunatic Soul II

01 - The In-Between Kingdom
02 - Otherwhere
03 - Suspended In Whiteness
04 - Asoulum
05 - Limbo
06 - Escape from ParadIce
07 - Transition
08 - Gravestone Hill
09 - Wanderings


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[2008] Lunatic Soul

01 - Prebirth
02 - The New Beginning
03 - Out On A Limb
04 - Summerland
05 - Lunatic Soul
06 - Where The Darkness Is Deepest
07 - Near Life Experience
08 - Adrift
09 - The Final Truth
10 - Waiting For The Dawn


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Zola Jesus




Confusão de sentimentos. Pelo jeito, essa foi e sempre será a tônica da carreira ainda iniciante, mas agitada, de Nika Roza Danilova. Na verdade, essa americana de nome tão curioso prefere ser chamada de Zola Jesus. Ela explica: “quando estava no colégio, gostava muito de Émile Zola”, escritor francês do século dezenove, “e Jesus, bem, por que não Jesus?”. É verdade. Por que não colocar lado a lado o maior líder religioso da história e um dos expoentes do naturalismo literário? Por que não ter em seu nome um pouco da confusão de sentimentos que a sua música vai trazer? Para Nika, do alto dos seus vinte anos de idade, não há um por quê que não tenha resposta.

Ainda que tenha saído de um cantinho esquecido por Deus do interior do estado de Wisconsin, a cantora é aluna aplicada do pós-punk britânico. Nada mais indicado para quem começou aos 10 anos cantando ópera, certo? Para desafiar a lógica mais uma vez, o Zola Jesus lança o enegrecido Stridulum, EP de seis lindas canções com seus arranjos tombados completamente para o gótico, enquanto letras algo mais esperançosas mostram como Danilova não veio para dar respostas, e sim para acentuar as perguntas.

“Night” abre os trabalhos com teclados pesados. A voz de Nika se destaca ao lado da percussão ritmada, tornando a faixa uma passagem precisa e necessária para se entender um pouco do universo do Zola Jesus. A bonita “I Can’t Stand” é Nika jurando para um amigo que tudo vai melhorar, ainda que não seja mesmo fácil lidar com um coração partido. Ao fechar com um grito de socorro, na vibrante “Manifest Destiny”, o Zola Jesus dá mais uma vez o benefício da dúvida, tranca a certeza em um lugar longe daqui e faz com que a gente aprenda que os sentimentos nunca estão corretos o bastante para que você durma tranquilo esta noite. [by: style-a-holic]

Recomendado para apreciadores do trabalho da Bat for Lashes, Fever Ray, Soap & Skin entre outras divas da música bizarra e bela.

//Aproximadamente um ano depois do seminal debut, a moça de nome complicado volta a nos assombrar com um novo trabalho. Sob o nome de Conactus, sua verve ganha uma roupagem ainda mais tensa e soturna, distanciando-se um pouco das melodias de tempero levemente pop e grudentos do primeiro CD em detrimento de tons mais etéreos e flutuantes, como se cada nota e o som da sua voz ressoassem como uma névoa fantasmagórica em meio a florestas esquecidas do cosmos, traçando um paralelo mais íntimo com gente a la Fever Ray. Poucas pessoas no mundo seriam capaz de nos entregar algo assim e evocar tão naturalmente gente oldschool tipo Siouxsie, Nico sem perder identidade. E isso tudo porque ela tem "somente" 21 invernos...

Enjoy!


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[2011] Conactus (Sacred Bones)

01 - Swords
02 - Avalanche
03 - Vessel
04 - Hikkikimori
05 - Ixode
06 - Seekir
07 - In Your Nature
08 - Lick The Palm Of The Burning Handshake
09 - Shivers
10 - Skin
11 - Collapse


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[2010] Stridulum II

01 - Night
02 - Trust Me
03 - I Can´t Stand
04 - Stridulum
05 - Run Me Out
06 - Manifesty Destiny
07 - Tower
08 - Sea Talk
09 - Lightsick

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Starfire Connective Sound




Em pleno Corpus Christi, posto aqui uma bela surpresa. Atendendo pelo interessante nome de Starfire Connective Sound, SCS, trata-se de um projeto criado e desenvolvido por um único membro, Al Schenkel, vindo das terras catarinenses de Criciúma. Não é comum postarmos bandas nacionais nesse espaço, não por preconceito, lógico, mas pela minha ignorância sobre as mesmas. Algo que estou lutando em modificar, devo dizer...

Enfim, acerca do SCS, o que exala aos nossos ouvidos logo nas primeiras notas são aquelas cachoeiras e tormentas de distorção, do jeito que os mestres do Jesus and Mary Chain ensinaram a uns 26 anos atrás. Porém seu universo sonoro não limita-se nas paredes de estática impenetráveis já tradicionais do Shoegaze, como também explora as galáxias industriais e valem-se de Post-Rock e (Dark) Ambient em momentos oportunos. Vale ainda destacar que, diferentemente de muitas bandas do tal gênero, suas faixas possuem um tom bem mais selvagem e cavernoso, talvez pela ausência de vocais, talvez pela mescla de diferentes influências e vertentes sônicas, ou talvez fruto de algum fantasma feito do spleen, bem conhecido pelos poetas do séc. XIX, que decidiram assolar a mente do nosso amigo Schenkel ao compô-las. Destaco aqui algumas faixas, como They Call Her One Eye, cujo nome deve fazer referência ao filme sueco, homônimo, de 1973. Muito interessante, por sinal, uma inspiração plena pro Kill Bill e afins. E destaco ainda a eletrônica Eletric Whore (até eu que não tenho muita afinidade e simpatia por modernices eletrônicas vim a curtir) bem como os ares moribundos post-punk-like do Walt Whitman's Brain.

Por fim, as 6 músicas aqui presentes seriam de forte agrado aqueles aficcionados no já mencionado JAMC e toda a verve mais 'noise' e 'harsh' do Shoegaze, bem como aqueles interessados em Industrial, Dark Ambient, Drone, Post-rock e doidices undergrounds sorumáticas como um todo, construindo um EP bem harmonioso e homogêneo, sendo um excelente aperitivo para desenvolvimentos futuros. Potencial, há de sobra. Só resta mesmo gente que apoie e divulgue, algo que decidi fazer, e creio que não serei o único. ;)


//Deixo-vos o mais novo trabalho do Schenkel. Sob o nome de The Sound Also Rises, a alquimia de Shoegaze, Noise, Industrial e barulhagens diversas mostra-se ainda mais coesa em meio ao seu caos habitual e também refinada. Tenho notado uma cena emergente de bandas Alternativas com forte inspiração nos microcosmos do Shoegaze, Lo-fi, Guitar band, Grunge, dentre outros que marcaram a cultura e cenário musical de 2 décadas atrás, todas com excelente qualidade e talento transbordantes. Nada mais justo do que apoiar uma dessas iniciativas árduas.

Enjoy!


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[2011] The Sound Also Rises (EP)

01. Drive The Breeze
02. The Girl With A Country Name
03. The Sound Also Rises
04. Acid Morning Ride
05. To Dream That You Are Floating Drunk Among The Storm
06. No Horse Heaven
07. Head Full Of Ghosts, Heart Full Of Whores
08. Drive The Breeze (Echo Vocal Mix, por Fabio Bridges)


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[2011] Starfire Connective Sound (EP)

01 - I Sweep The Streets Without Finding God
02 - The Modern Cave
03 - They Call Her One Eye
04 - Electric Whore
05 - Love Is A Lonely Ghost Floating Inside
06 - Walt Whitman's Brain
07 - Starfire Connective Sound


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Navel



Podem acusar de hipster e o escambau, mas uma "tendência" atual MUITO boa que percebo cada vez mais forte e pulsante nesses tempos é essa coisa de "Retro Rock". Nomes como Black Mountain, Wolf People, Tame Impala, Eagles of Death Metal, The Black Angels tem sido alguns dos responsáveis por ela. Sei que não trazem nada de (muito) novo, ainda mais em relação ao que era feito à 30/40 anos atrás, mas em nenhum aspecto isso deixou de ser foda. Então, surge mais um nome com potencial mais que suficiente para juntar-se à lista acima: Navel.

O nome um tanto simplório - e pouco criativo, devo adicionar - só faz esconder o poderio artístico que os rapazes (?). Toda aquela psicodelia incandescente made in '69 se faz presente, mas dessa vez carregada com muita coisa igualmente interessante. Há um toque Bluesy em todas as 14 faixas que compõe seu álbum (Neo Noir), tornando tudo mais spicy - ainda! - e, como se não fosse o bastante, invocam aquele espírito lamacento e despojado do Garage Rock que nos assombra a pelo menos 40 anos. E mais ainda, por que não invocar, também, o alternativo 90's made in Seattle? Pois é, tem tudo disso aqui. Provavelmente o elemento mais diferencial do Navel em relação aos colegas vintage contemporâneos é o ritmo da maioria de suas músicas. Não tem dó de botar o pé (ou dedos) no acelerador e compor músicas recheadas de uma urgência pouco visto nos idos modernos, soando verdadeiras descargas sônicas em muitos momentos. De quebra, ainda temos um cover do Neil Young, Rockin' In The Free World. Não poderia ser melhor escolhido, jamais.

Se alguma pessoa resolveu botar esse CD pra tocar e ficar entediado, é porque o cidadão está morto ou tá com sérios problemas auditivos, só pode. Recomendado fortemente pra qualquer um interessado, além das bandas do primeiro parágrafo, em gente tipo BRMC, The Vines, Mudhoney, QOTSA, Black Keys, Dead Weather, etc.

Degustem-no!


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[2011] Neo Noir

01 - Can't Feel A Thing
02 - Speedbox
03 - Black Days
04 - Acid Queen
05 - It's The Road That Makes The Song
06 - Free Land
07 - Invisible
08 - Kobra The Killer
09 - Rockin' In The Free World
10 - Hunger Child Blues
11 - Come Into My Mind
12 - Blues On My Side
13 - Rule To Follow
14 - Waiting Travelling Thinking


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